A formação de um Governo de Bloco Central, como consequência dos resultados das eleições legislativas do fim do Verão, é uma possibilidade encarada e defendida pelo Presidente da República, Cavaco Silva, em defesa da estabilidade política.
Na Presidência da República é tido como praticamente impossível haver uma maioria absoluta, seja do PS, seja da coligação Portugal à Frente, que reúne PSD e CDS, os partidos no poder.
Neste provável cenário, há duas possibilidades de formação de um Governo que garanta estabilidade política, que tanto o Presidente da República tem defendido e até tentado promover: O PS poderá formar Governo aliando-se à Esquerda, nomeadamente ao Bloco de Esquerda e ao Livre que já manifestaram a sua disponibilidade para integrarem uma solução governativa, e, sendo necessário, garantindo acordos parlamentares com o PCP, indisponível para governar com o PS; Ou o partido que ganhar as eleições – PS ou PSD –, incapazes de formar Governo maioritário seja à Esquerda, seja à Direita, irão inevitavelmente cair numa solução de Bloco Central.
Esta solução é considerada em Belém como a mais sólida, garantindo expectavelmente um Governo estável, pelo menos, durante dois anos, período de tempo considerado essencial para Portugal conseguir cumprir os compromissos internacionais assumidos com a troika.