Pedro Queirós Pereira nega que esteja a preparar a alienação da Secil aos franceses da Lafarge, numa operação que garantiria ao empresário português uma posição directa no capital do grupo cimenteiro francês. Um negócio semelhante ao que Américo Amorim fez quando entregou o Banco Nacional de Crédito ao Banco Popular, em troca de uma posição como maior accionista individual do banco espanhol. Nesta fase, com a Oferta Pública de Troca de acções da Semapa por acções da Portucel, o negócio nem sequer poderia avançar.
A proposta de venda foi de facto apresentada a PQP, há alguns meses, por um banco de investimentos internacionais, mas o empresário português recusou-a.
PQP está entretanto a reforçar na produção de pasta de papel, com a construção de uma nova fábrica da Semapa fora da Europa.
Os resultados da Secil serão penalizados em 2015, ainda que com uma pequena melhoria, assente na boa performance da unidade de negócio de betão pronto, em território nacional e também em África, mais concretamente em Angola. A penalização do EBITDA da cimenteira portuguesa foi despoletada pela aquisição da brasileira Supremo Cimento e consequentemente dos custos financeiros associados à sua dívida.
No final de Maio, a Semapa lançou uma Oferta Pública de Troca de acções da Semapa por títulos da Portucel. A operação foi proposta pela holding de PQP, a Sodim, que detinha 54,498% do capital da sub-holding Semapa, que, por sua vez, controlava 75,85% do capital da Portucel. Com esta operação, a Portucel passará a ter quase 40% do seu capital em free float cotado na Bolsa, sendo a Semapa retirada da mesma.
Dias depois, PQP deixou a presidência da Comissão Executiva da Semapa para João Castello Branco, managing partner da consultora McKinsey, mantendo-se como chairman, mas afastado da gestão corrente do grupo. Também ex-McKinsey é o presidente executivo da Portucel, Diogo da Silveira.