Fundo Apollo disposto a melhorar oferta

O Fundo Apollo está preparar uma melhoria significativa da sua proposta financeira para aquisição do Novo Banco. Os norte-americanos sabem que a Fosun dispõe de um tecto máximo de 6,3 mil milhões para investir até ao fim do ano, dos quais 3 mil milhões se destinam ao mercado português. Ora, este valor não chega para a aquisição do Novo Banco.

Os norte-americanos sabem ainda que a proposta da Anbang não deverá ultrapassar os 4 mil milhões de euros, agregada a um modelo de gestão mais agressivo que o actual.

Assente neste pressuposto, o Fundo Apollo prepara-se para avançar com uma proposta vinculativa que deverá ascender aos 4,2 mil milhões e assente num modelo de gestão virado para o financiamento do segmento das PME´s, totalmente em linha com o governance actual.

Por outro lado, há uma exigência comum a ambos os principais interessados: A litigância terá que ficar de fora do negócio. O Banco de Portugal terá que tomar uma decisão célere, de forma a não comprometer a venda do Novo Banco.

 

Concertação sino-americana?

Os americanos da Apollo e os chineses da Anbang podem entretanto estar concertados na corrida ao Novo Banco, podendo vir a fechar um acordo de parceria após a reprivatização, referiram ao CONDIDENCIAL algumas fontes. O acordo passaria, caso os chineses ganhem a corrida ao Novo Banco,  pela distribuição cruzada de produtos entre o banco e a seguradora Tranquilidade, comprada pela Apollo no início do ano,ressuscitando o ticket de bancassurance do antigo BES.

No caso da Apollo ganhar, a Anbang poderia entrar no capital do Novo Banco, assumindo parte do esforço financeiro da compra e aliviando os receios dos investidores da Apollo com o retorno a curto prazo desta operação.

Afastada da corrida por vontade dos dirigentes chineses, a proposta da Fosun perdeu entretanto protagonismo e a imprensa já noticiou, esta semana, que o grupo chinês tinha uma das piores ofertas, a par com a dos espanhóis do Santander, contrariando as informações divulgadas nas últimas quatro semanas e uma notícia do Financial Tinmes, do início da semana, que colocava os chineses com a sduas melhores propostas, acima dos 4 mil milhões.

A fase de due dilligence, em que cada um dos cinco candidatos poderá melhorar a sua proposta inicial, decorre até ao final do mês, mas já ninguém acredita que a Fosun possa juntar o Novo Banco à sua carteira de investimentos em Portugal, onde a Fidelidade assume a função de navio-almirante.

Anbang e Apollo terão as melhores propostas, na casa dos 4 mil milhões, mas abaixo dos 4,9 mil milhões que foram injectados pelo Fundo de Resolução no Novo banco, dos quais mil milhões próprios e 3,9 milhões de ajudas do estado, ao abrigo dos apoios da troika para a recapitalização da banca.

As perdas, na ordem dos 900 milhões de euros, serão assumidas pelo Fundo de Resolução. Para não penalizar os bancos que integram o Fundo, com a CGD e o Millennium bcp à cabeça, governo e Banco de Portugal aceitarão que a amortização do desvio seja feita ao longo de um máximo de 20 anos. A ideia é que os bancos não desembolsem as quantias anuais a que estão obrigados para capitalizar o Fundo e possam mobilizar contabilisticamente a sua quota-parte das perdas com a Resolução do Novo Banco.