O Plano de Downsizing da Altice para salvar a PT

O plano dos franceses da Altice para a reestruturação da Portugal Telecom passará por uma redução substancial das operações, com a venda da PT Inovação e da PT Sistemas de Inovação, o encerramento das lojas próprias e a contratação, em regime de outsourcing, de alguns serviços. O Confidencial sabe que os franceses estão a negociar com a Reditus e a Accenture o outsourcing dos seus call centers (em substituição da Randstad) e de serviços de BPO (Business Process Outsourcing).

A Altice quer focar o negócio na área das telecomunicações e tem prevista a venda de activos não core, como a PT Sistemas de Informação, a PT Inovação e o Centro de Dados da Covilhã. No retalho, manter-se-ão em operação os agentes e as redes de distirbuição independente, como a da Phone House, mas as lojas próprias serão quase todas encerradas. A rede será reforçada com as agências dos CTT, com quem a Altice fechou uma parceria para o retalho, ainda antes de ter garantido a compra da Portugal Telecom.

Na área dos media, o activo que desperta maior interesse é o portal Sapo, líder destacado da tabela dos sites com maior número de visualizações em Portugal e com presença forte no online em Angola, Cabo Verde, Moçambique e Timor-Leste. O Confidencial sabe que a Cofina já manifestou aos franceses o seu interesse na aquisição do portal, numa operação que terá a oposição do grupo Impresa, de Francisco Pinto Balsemão, que é o maior fornecedor externo de conteúdos para o Sapo. É no portal da PT que estão alojados todos os títulos da Impresa, como o Expresso e as revistas Visão, Caras, Activa e Exame, entre outras.

A compra do Sapo pela Cofina resultaria num mega-grupo digital, combinando os actuais número 1 e 2 do sector, pelo que a operação teria de ser validada pelas autoridades da concorrência, obrigando o grupo que detém os diários Correio da Manhã, Jornal de Negócios, Record e a revista Sábado, entre outras, a ceder ou desactivar alguns dos seus sites actuais.

Ao contrário dos rumores postos a circular, o actual presidente da PT, Armando Almeida, não está ainda afastado da empresa, podendo manter-se numa posição não executiva ou como consultor especial dos novos donos, abrindo o lugar de CEO a alguém com um perfil mais operacional. O Jornal Expresso avançou este fim-de-semana os nomes de três candidatos: o administrador da PT, Pedro Leitão, o ex-administrador da angolana Unitel, Miguel Martins que chegou a ser dado como possível na presidência da NOS, e Manuel Lancastre, que já foi administrador da PT e presidiu á PT Multimedia, entre 2002 e 2003.